quinta-feira, 16 de junho de 2011

ACENDE A FOGUEIRA DO MEU CORAÇÃO!




Este é o primeiro ano que as crianças participam de apresentação na festa junina da escola.
Vitor ficou bem tímido pra dançar, na verdade, acho que os meninos são mais tímidos mesmo. Já Isadora estava muito à vontade. O engraçado é que ela tende a ser mais tímida no dia a dia, mas quando se trata de dançar, a mocinha acaba tendo uma ótima desenvoltura, acaba a timidez.
Mas Vitor mandou muito bem também, o difícil foi convencê-lo a entrar, depois que estava no meio da festa foi uma beleza!
O engraçado de tudo foi Isadora que acordou às 5 da manhã (ela sempre fica ansiosa quando tem algo marcado) e me acordou perguntando: mãe, falta muitas horas pra começar o carnaval?

OS IRMÃOS

Vitor e Isadora nem imaginavam o tamanho da família que estavam ganhando. Hoje vou apresentar os irmãos.
Não foi nem um pouco complicado a adaptação porque, como já expus anteriormente, de certa forma, vivemos estas questões de adaptação familiar em outros momentos quando os filhos de meus marido moraram conosco em algum momento de nossa convivência. Aline, Maylana e Neto não estavam perto quando Vitor e Isadora chegaram. Já Gustavo e Léo, meus filhos, sim. Eles receberam os novos irmãos com um carinho imenso e assim é até hoje. Já os filhos de meu marido foram conhecendo os novos irmãos à medida que era possível, por causa da distância geográfica. Igualmente têm o mesmo carinho e atenção com os pequenos.
 NETO, MAYLANA E ALINE


VITOR, LEONARDO, GUSTAVO E ISADORA
 
O que acho interessante destacar aqui, é que nossa família é totalmente miscigenada, mas, posso afirmar que conheço poucas famílias com um laço de amor tão forte! Somos o centro, eu e meu marido, em volta temos 7 maravilhosos filhos. Fico aqui imaginando como será quando em volta tivermos não só os filhos, mas netos, bisnetos... Bom demais!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A Vovó

Hoje quero apenas postar uma foto daquela nova fase em que meus filhos foram sendo apresentados à nova família... Aí estão com a vovó Conceição.
Minha mãe recebeu estes netos com o mesmo amor que tem por todos os outros. Sei que ela tem muito orgulho de mim, mas tenho absoluta certeza que meu espírito solidário veio dela. Não conheço uma pessoa tão generosa quanto a minha mãe. Sempre dividiu, por mais que fosse pouco.
Mãe querida, quero aqui te homenagear e dizer que só compreendi o que você representa realmente, do dia que nasceu Gustavo, meu primogênito, porque, só ao nos tornarmos mãe, podemos entender o porque de tanta dedicação.
Obrigada por todo carinho, atenção e amor que dá à minha família. Te amamos!

domingo, 5 de junho de 2011

O COMEÇO DE UMA NOVA HISTÓRIA

 Cronologicamente falando, resolvemos adotar em agosto de 2008, conhecemos as crianças em meados de outubro e em 21/11/2008 recebemos a guarda provisória deles.
Quando recebi a ligação em meu trabalho avisando que eu deveria comparecer naquele mesmo dia para receber a guarda das crianças,  senti uma emoção indescritível. Havia entrado com o pedido de guarda na segunda-feira daquela semana e o pessoal da Vara de família foi de uma agilidade que jogou por terra toda a má impressão que eu tinha da morosidade da justiça. Não tive nenhum tipo de indicação ou apoio. Fui até lá e solicitei a guarda apenas e, como já estávamos com o processo de habilitação à adoção concluído, entenderam que era uma ótima oportunidade para as crianças já que ainda estava tramitando o processo de destituição do poder familiar, o que poderia levar muito tempo para ser concluído, portanto, na sexta-feira daquela semana tudo havia tramitado, com o esforço especial de um rapaz da secretaria da Vara de Família chamado Edmilson, que tomou para si o caso, colocou aquele processo debaixo do braço e encaminhou todos os trâmites legais pessoalmente.
Fui então, com meu marido, ao Fórum e, enquanto esperava a assinatura do juiz, vivi uma emoção idêntica àquela que senti no dia do nascimento de meus filhos. Chorava e meu coração estava tomado por uma alegria imensa que só as mães são capazes de reconhecer.
Pronto, já podíamos buscar nossos filhos. Chegamos ao abrigo e todos lá estavam muito contentes esperando nossa chegada. É assim cada vez que conseguem ver uma criança ganhando um lar e, naquele dia, seriam duas!
Eu percebi que as crianças não entendiam bem o que estava acontecendo, mas não me preocupei, tomei Vitor no colo e Isadora foi no colo de meu marido, fomos para nossa casa, tínhamos muito pra mostrar a eles, presentes, brinquedos, roupas e calçados novos, mas acima de tudo uma família, um lar, educação, saúde e muito amor.
Transcrevo abaixo um texto que escrevi naquele momento de minha vida que retrata como me senti e como fui apoiada. por todos que me cercam.

"Me sinto firme como uma rocha, como se os anos não tivessem passado, como se tudo começasse outra vez.

Me sinto bela, saudável, imensamente feliz! Descobri quanto amor ainda me resta e o quanto sou abençoada por Deus!

Me sinto fértil, uma fertilidade mágica que produz esperança e solidariedade.

Me sinto amada por meu amado, meu companheiro, meu cúmplice, o homem que escolhi pra dividir cada dor e cada felicidade.

Me sinto afagada pela família que tenho e por aquelas pessoas que entraram em minha vida como se fossem irmãos.

Me sinto sustentada nos braços de filhos que me apoiam e me amam, que entendem, aceitam, compartilham e generosamente dividem seu espaço em meu coração, pois aprenderam que temos que dividir para multiplicar.

Me sinto, enfim, dando um passo para o começo do resto de minha vida, que haverá de ser muito feliz cercada de filhos maravilhosos e uma família linda!"

quinta-feira, 2 de junho de 2011

CONCEBENDO OS FILHOS DO CORAÇÃO


Sabíamos que não seria fácil, já tínhamos uma noção da morosidade dos processos de adoção, mas precisávamos fazer tudo legalmente, era o caminho correto, então fomos ao fórum local e buscamos as informações. Modéstia à parte, quando decido me empenhar em um objetivo, sou uma leoa e meu marido me acompanhou na empreitada. Tínhamos que tirar muitas certidões negativas, na polícias civil, federal, enfim, várias certidões que nem me lembro direito. Juntamos vários documentos, comprovantes, papéis, papéis, papéis... Em tempo recorde levamos tudo em mãos para a primeira entrevista com o pessoal da vara de família, uma espécie de junta de pessoas que cuidam das questões de menores: psicólogos e assistentes sociais. Após uma série de questionamentos veio a pergunta crucial: "Quais as características da criança que procuram?" Foi um choque. Como eu poderia "escolher"? Quando engravidei de meus filhos eu não escolhi nada, eles vieram e eu os amei desde que soube da existência deles em meu ventre. Meu marido disse que desejava que fosse uma menina porque sabia de meu sonho de ser mãe de uma menina e já que iríamos adotar, que fosse a filha de meus sonhos. Concordei, porém não escolhi cor, idade, condição de saúde, nada. Disse para ela, a assistente, que iria reconhecer minha filha no dia que a conhecesse, e, assim como meus filhos biológicos, não escolheria suas condições físicas, características raciais ou qualquer outra condição. Disseram que visitariam nossa casa para nos conhecer melhor. Entre a parte formal, visita e a efetiva habilitação do casal à adoção foram, aproximadamente, 40 dias. Como morávamos num distrito de Belém, com fórum local, tudo foi muito rápido, éramos o único casal lá a encaminhar um processo de habilitação à adoção. Conseguimos entender o por quê de tantas certidões, perguntas, visitas, investigação sobre nossa vida: muitas adoções tomam um rumo muito diferente e não se destinam a dar um lar, educar e dar amor aos pequenos. Coisas como tráfico de crianças e outras coisas gravísimas acontecem, por isto a necessidade de saber a que família se está entregando um menor.
O processo foi finalizado e estávamos habilitados para adotar uma criança. E agora?
Resolvi me aproximar como colaboradora do abrigo de crianças abandonadas. Legalmente eu teria que aguardar ser chamada quando alguma criança estivesse disponibilizada à adoção (o que, diga-se de passagem, é muito demorado), mas paralelamente resolvi dar uma "forcinha" ao curso legal do processo.
Me apresentei no abrigo como profissional de uma empresa de muita credibilidade (e realmente sou), dizendo que gostaria de colaborar, mobilizar pessoas e recursos para ajudá-los e, então, busquei parceiros que promoveram melhorias no abrigo tais como pintura, conserto da piscina, entre outros. Mobilizei, também, meus colegas de trabalhos, arrecadamos dinheiro, fizemos uma linda festa de natal, presenteamos 73 crianças, teve apresenteação de teatro, distribuição de sorvetes, foi uma delícia! Ganhei, assim, a simpatia da Diretora do abrigo e consegui um acesso liberado para visitar quando quisesse, era só avisá-la. Pronto, era o que eu precisava: conviver com aquelas crianças para encontrar entre elas a minha filha tão esperada.
Um dia, após sair do trabalho, senti uma vontade louca de ir lá, e a diretora autorizou, apesar de já ser tarde e quase hora das crianças dormirem. Brinquei com os pequenos, como sempre fazia e, de repente, enxerguei lá longe uma menina de vestido bem simples, pé no chão, com o dedo indicador na boca, cabeça baixa, sendo levada pela mão por uma monitora, então perguntei: Quem é aquela criança? Posso conhecê-la? Então trouxeram Isadora, uma menina que acabara de completar 3 anos, que, diferentemente das outras crianças, não sorria, nem brincava. Quando a peguei no colo ela não teve nenhuma reação, só enconstou a cabeça no meu peito em silêncio. Naquele momento eu tive certeza que havia encontrado minha filha. Era aquela criança que eu queria receber com o desafio de fazê-la feliz.
De forma rápida busquei informações entre as monitoras, me contaram que ela chegou lá ainda bebê, com 5 meses, mas tinha um irmão, o Vitor, o que dificultava bastante o interesse das pessoas que desejam adotar porque a justiça procura não separar os irmãos e não são muitos que desejam adotar mais de uma criança.
Fui pra casa e a noite foi longa, não conseguia parar de pensar naquela carinha triste e, ao mesmo tempo, encantadora. Meu marido se desesperou porque fiquei deprimida. Eu não podia fazer ele aceitar duas crianças, mas ao mesmo tempo eu havia encontrado minha filha!
Uma semana depois, no meio da noite, meu marido me acordou e disse:"Eu te amo e faria qualquer coisa pra te ver feliz. Vamos adotar as duas crianças!". Pulei na cama, abracei meu marido e tive a certeza absoluta que Deus tinha me dado o melhor marido do mundo! Afinal, o ditado diz: Onde come um, come dois, come três, como quatro, depende de quem coloca o prato.
No dia seguinte fomos conhecer nosso filho Vitor, um menino de 4 anos forte, bonito, ativo, ou melhor, hiperativo! Sorridente e, aparentemente, mais feliz que Isadora. O abracei conversamos alguns minutos e sentimos que aquele também seria um filho muito amado. Ele era muito querido por lá, porque sempre foi muito carinhoso e obediente, diziam as monitoras. Por conta disto, ganhou uma bolsa numa escolinha de bairro que tinha lá perto. Era o único menino que já estava indo pra "faculdade" como elas diziam. Já sentimos orgulho dele, afinal, estávamos falando do nosso Vitor!
Estavam concebidos. Eles ainda não sabiam, não podíamos ainda dizer, mas em pouco tempo estariam recebendo em suas vidas uma família e nós, descobriríamos a partir dali, que receberíamos muito mais amor deles do que jamais havíamos sonhado em dar!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A MISSÃO RECEBIDA.


Nunca havia pensado em adotar uma criança. Além de ter Gustavo e Leonardo, filhos biológicos, meus três enteados viveram conosco em algum momento de suas vidas, Neto, o caçula, muito mais, acho que durante uns 10 a 13 anos, entre idas e vindas... Maylana e Aline em períodos mais curtos. Era filho demais!
Mesmo assim, eu sempre quis tentar outro filho com meu marido, porque já sabia que ele era meu amor pra vida toda, então teríamos que ter um fruto deste amor e também porque sempre sonhei com uma menina. Sonhava até que ela saía de minha barriga durante a gestação e eu a pegava no colo, depois a colocava de volta no ventre para acabar de "prepará-la", este foi um sonho que me acompanhou durante anos. Mesmo com a chance de ter outro menino, eu desejava tanto outro filho... Sabia que no fim, o sexo não importaria tanto...mas, meu esposo não quis aceitar a ideia de mais um filho, dizia que "não queria ficar velho criando filhos" afinal, somando os dele e os meus já eram 5, pra que mais? Respeitei sua posição, pois esta era uma decisão para ser tomada a dois.
Os anos foram se passando, exatos 16, ele já havia feito vasectomia para me poupar das pílulas anticoncepcionais anos antes e eu, naquele ano de 2008, tive que fazer uma cirurgia de retirada de útero. Meu sonho já havia se perdido, já estava com 42 anos e chance zero de ter outro filho. Bola pra frente, a vida já havia me dado lindos filhos, Léo já estava com 16, Gustavo com 22 anos. Jamais desisti de meus sonhos, mas aquele, infelizmente, era um sonho perdido e passei a me acostumar com a ideia.
Em agosto de 2008 morreu minha tia querida, Anna Pimentel. Uma mulher incrível que, além dos sete filhos biológicos, adotou mais 8. Um exemplo de dedicação, honestidade e amor ao próximo. Em sua missa de sétimo dia, alguns de seus filhos adotivos foram até o altar falar daquela mãe maravilhosa, com seus corações banhados de dor, saudades e muito amor. Naquele momento entendi que o mais importante da vida, o que levamos conosco ao partir, é, exatamente, o amor que plantamos no coração das pessoas. Olhei para meu marido, em meio a uma emoção indescritível e disse: "nossos filhos já são adultos, nenhum depende mais de nós, precisamos, e temos muito a fazer, por mais alguém". Ele imediatamente concordou. Nascia, naquele momento, o desejo mútuo de adotar uma criança.
A partir dali teríamos o fruto de nosso amor, não importava mais se ficaríamos velhos criando filhos, Deus acabava de nos dar uma missão.