quarta-feira, 1 de junho de 2011

A MISSÃO RECEBIDA.


Nunca havia pensado em adotar uma criança. Além de ter Gustavo e Leonardo, filhos biológicos, meus três enteados viveram conosco em algum momento de suas vidas, Neto, o caçula, muito mais, acho que durante uns 10 a 13 anos, entre idas e vindas... Maylana e Aline em períodos mais curtos. Era filho demais!
Mesmo assim, eu sempre quis tentar outro filho com meu marido, porque já sabia que ele era meu amor pra vida toda, então teríamos que ter um fruto deste amor e também porque sempre sonhei com uma menina. Sonhava até que ela saía de minha barriga durante a gestação e eu a pegava no colo, depois a colocava de volta no ventre para acabar de "prepará-la", este foi um sonho que me acompanhou durante anos. Mesmo com a chance de ter outro menino, eu desejava tanto outro filho... Sabia que no fim, o sexo não importaria tanto...mas, meu esposo não quis aceitar a ideia de mais um filho, dizia que "não queria ficar velho criando filhos" afinal, somando os dele e os meus já eram 5, pra que mais? Respeitei sua posição, pois esta era uma decisão para ser tomada a dois.
Os anos foram se passando, exatos 16, ele já havia feito vasectomia para me poupar das pílulas anticoncepcionais anos antes e eu, naquele ano de 2008, tive que fazer uma cirurgia de retirada de útero. Meu sonho já havia se perdido, já estava com 42 anos e chance zero de ter outro filho. Bola pra frente, a vida já havia me dado lindos filhos, Léo já estava com 16, Gustavo com 22 anos. Jamais desisti de meus sonhos, mas aquele, infelizmente, era um sonho perdido e passei a me acostumar com a ideia.
Em agosto de 2008 morreu minha tia querida, Anna Pimentel. Uma mulher incrível que, além dos sete filhos biológicos, adotou mais 8. Um exemplo de dedicação, honestidade e amor ao próximo. Em sua missa de sétimo dia, alguns de seus filhos adotivos foram até o altar falar daquela mãe maravilhosa, com seus corações banhados de dor, saudades e muito amor. Naquele momento entendi que o mais importante da vida, o que levamos conosco ao partir, é, exatamente, o amor que plantamos no coração das pessoas. Olhei para meu marido, em meio a uma emoção indescritível e disse: "nossos filhos já são adultos, nenhum depende mais de nós, precisamos, e temos muito a fazer, por mais alguém". Ele imediatamente concordou. Nascia, naquele momento, o desejo mútuo de adotar uma criança.
A partir dali teríamos o fruto de nosso amor, não importava mais se ficaríamos velhos criando filhos, Deus acabava de nos dar uma missão.

3 comentários:

Larissa Xavier disse...

é pra chorarrr... pois emociona qualquer um, sou nova ainda só tenho 18 anos, já tenho uma linda filha de 8 meses, quem sabe se daquia alguns anos, com casa propria, e vida mais estabelecida eu não tenha essa missão tbm, que acho maravilhosa quem a aceita, pois ser mãe de qualquer forma eé a coisa mais linda da vida... parabenssss !

Telma disse...

Querida Rosana, parabéns pela iniciativa do blog! Sua história linda será uma inspiração ! Beijos.

A MISSÃO RECEBIDA disse...

Vc emociona! Hj somos 7 lindos filhos! e a Isa e o Vitor acrescentar o amor q temos!! A admiração é indescritivel! Pago pau rs!
Vc e meu pai inspiram amor!